terça-feira, 18 de agosto de 2009

O crédito fácil que sai caro

CILÍCIA FERREIRA
DA REDAÇÃO


Com a facilidade atual de se adquirir crédito na praça, pagar dívidas tornou-se rotina na vida do brasileiro. Pior é pagar por juros altíssimos embutidos no preço final do produto e que muitas vezes passa despercebido pelo consumidor. Na grande maioria dos casos não há um planejamento do orçamento doméstico, levando o consumidor a se tornar refém de dívidas e mais dívidas. As estratégias de marketing para persuadir o consumidor são inúmeras, vão de expor nas vitrines das lojas ofertas com porcentagem de descontos em letras garrafais até atrair aposentados e pensionistas a tomarem empréstimos pessoais em financeiras com prazos a perder de vista.
O volume de empréstimos à disposição da população já ultrapassa 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mais crédito significa mais investimento para produção que cresce para atender o consumo das famílias, informa o jornal Correio Braziliense.

Casos santarenos

Maria das Chagas já passou por alguns constrangimentos na vida, devido comprar no crediário. "Tirei uma televisão para minha sobrinha, ela não conseguiu pagar todas as prestações e agora vou cobrir o que falta. Hoje faço pechincha e só compro no crediário se houver uma necessidade muito grande", afirma Maria. Assim como este caso, existem diversos outros casos de pessoas que emprestam o nome a terceiros e no final das contas quem paga 'o pato': são os que usam de boa vontade em emprestar seus nomes.
Dalva Silva, diarista conta que compra a prazo por causa do valor das parcelas que ela consegue pagar. "Queria comprar um fogão e uma máquina de lavar, já tinha pesquisado o preço antes, mas quando fui tirar a máquina que eu queria a loja não possuía mais o modelo e acabei levando uma mais cara porque precisava muito de uma". Deixou o fogão para depois, quando terminar de pagar as 8 prestações da sua compra.
Hélio Oliveira, motorista diz que fez um empréstimo pessoal no banco, parcelado em 36 vezes."Consegui pagar 12 parcelas em dia, e passei a pagar sempre com atraso e agora estou com 10 parcelas vencidas, penso em negociar com o banco",salienta o motorista.
Os exemplos dão conta de que falta informação e planejamento para o consumidor não enveredar pelo tortuoso caminho do crédito fácil. Pode ser fácil possuí-lo, mas proporcionalmente caro mantê-lo.

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