José Cruz/Ag.Senado
Em depoimento à Comissão de Justiça do Senado, o secretário da Receita Federal, Otacílio Dantas Cartaxo, admitiu:
Servidores do fisco acessaram nos computadores do fisco dados sigilosos de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB; e de Guilherme Leal, vice de Marina Silva (PV).
Disse ter determinado a abertura de processo disciplinar na Corregedoria-Geral da Receita. Detectado o indício de crime, a encrenca vai ao Ministério Público.
Cartaxo negou-se a revelar os nomes dos bisbilhoteiros. Prefere aguardar a conclusão da investigação. Informou que são “cinco ou seis” servidores.
O secretário fez a defesa protocolar do órgão que dirige: “A Receita Federal, como organização de Estado, legalista e...”
“...E transparente em suas relações com seus contribuintes, não compactua com más práticas”.
Declarou que o fisco “tem combatido” os desvios de conduta. Trabalha para “eliminar comportamentos contraventores, ilícitos, que chegam à órbita criminal”.
O secretário foi convidado a prestar esclarecimentos ao Senado depois que o repórter Leonardo Souza divulgou a quebra de sigilo fiscal do grão-tucano Eduardo Jorge.
Contou que as informações sigilosas migraram das máquinas da Receita para as folhas de um dossiê preparado por um “grupo de inteligência” que operava no comitê de campanha da presidenciável petista Dilma Rousseff.
Bisbilhotaram-se cinco declarações de Imposto de Renda de Eduardo Jorge, de 2005 a 2009.
Ao espantoso, o secretário Cartaxo acrescentou o inacreditável: foram acessados também as informações fiscais do vice de Marina Silva. Um espanto!
A Receita Federal renderá homenagens ao bom senso se concluir as suas apurações antes de outubro, o mês das eleições.
Está-se diante de um desses casos que, se não forem acomodados em pratos asseados, deixam no ar a impressão de que o fisco foi convertido em máquina eleitoral.
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